Mitos referentes a distúrbios mentais.
Post por Daniel Sousa. COMENTAR ou VOLTAR À PÁGINA INICIAL.

Apesar da sua já crescente faceta de naturalidade implantada na mentalidade social, a verdade é que uma perturbação mental é um assunto que continua a gerar um conjunto de mitos e tabus sociais, que levam a que a maioria da população contenha uma ideia errada relativamente às pessoas que são detentoras deste problema.

A grande mediatização subjacente da comunicação social, que geralmente retrata apenas casos de cariz negativos quando se discute a temática, influencia fortemente a opinião pública, e com uma grande parte da população descontextualizada em relação à problemática, a maioria das pessoas, desprovidas de meios teóricos para uma opinião fundamentada, acabam por qualificar as pessoas portadoras de doenças mentais como potencialmente perigosas, debilitadas, e toda uma panóplia de sentimentos negativos, grande parte das vezes infundados.

Para agravar ainda mais o panorama, a maneira mais comum de tratar as pessoas debilitadas por estes casos é a exclusão social, sendo a pessoa inserida numa grande infra-estrutura hospitalar, levando a que as pessoas assumam erradamente que esta sua “exclusão” é um modo de isolar e não de tratar o doente.

Sendo assim, a população em geral tende a distanciar-se dos lesados por este tipo de situações, desenvolvendo um conjunto de mitos sociais referentes a estes. São eles:

As pessoas portadoras de doenças mentais são violentas e potencialmente perigosas.

Segundo estatísticas, a realidade é precisamente o inverso do referido. As pessoas portadoras de doenças mentais são mais subjectiveis a maus tratos e abusos por parte de pessoas mentalmente saudáveis

A doença mental deve-se à pobreza e/ou pouca inteligência.

Não existem estudos que comprovem a relação causal entre o estatuto social e educativo do doente e a própria doença. Geralmente, as doenças mentais, assim como as outras doenças do foro físico podem afectar qualquer pessoa, independentemente das suas habilitações ou estatuto social. A única condicionante que pode efectivamente ser posta em causa neste parâmetro é o modo de tratamento disponível, que obviamente acaba por depender a larga escala das capacidades económicas de cada um.

A doença mental é causada por fraqueza individual.


Muito embora a força de vontade individual constituía um importante factor para a recuperação de um qualquer distúrbio mental, a doença mental não é influenciada por este parâmetro. Como o próprio nome indica, e perdoando a redundância, a doença mental tratasse efectivamente de uma doença, e não de uma fraqueza ou debilidade de carácter.

A perturbação mental é uma doença rara.

Como supracitado, 1 em cada 4 cidadãos é portador de uma doença mental, com diferentes repercussões sociais ou grau de gravidade, como ó por demais óbvio. Este mito acaba por se cimentar no senso comum facilmente, dada a errada percepção das pessoas em assimilarem as doenças mentais a estados graves como esquizofrenia, esquecendo os distúrbios mais comuns como pânico ou depressão.

É então vital que a sociedade tome consciência de que esta colectânea de mitos apenas impede o normal processo de recuperação do paciente, visto que leva à sua exclusão social e baixa de auto-estima. Existe então a necessidade de uma maior campanha de sensibilização da população, aliada ao apoio psicológico do paciente lesado.

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